Uma análise da hashtag #museunacionalvive no Instagram como um memorial coletivo

Giselle Beiguelman e Natalia Lavigne

Resumo:

Este artigo parte de uma análise do conteúdo visual compartilhado no Instagram sobre o Museu Nacional do Riode Janeiro após o incêndio que destruiu quase a totalidade de sua coleção, em 2 de setembro de 2018. Focandona hashtag #museunacionalvive, e concentrando a busca no primeiro ano após o trágico episódio, discutimoscomo esse arquivo sem museu (Foster, 1996) pode ser visto como um memorial difuso criado por memóriascoletivas. Argumentamos, ainda, que esse memorial involuntário que surge de forma espontânea com ocompartilhamento de imagens pessoais de arquivo ou de outras categorias existe também como umacompensação para a falta de programas públicos que tratem da memória e preservação do patrimônio no Brasil.Além disso, também apresentamos algumas proposições sobre o processo de remediação de um arquivo quenão existe mais após a perda material da maioria de seus 20 milhões de itens a partir do conjunto de imagensfantasmagóricas que existem enquanto vestígio. Nesse sentido, analisamos uma variedade dessas imagens e possíveis categorizações desse museu imaginário memorialístico compartilhadas pelo público na hashtag#museunacionalvive.

Palavras-chave: 

Museu Nacional do Rio de Janeiro; Museu Nacional Vive; Memorial digital; Instagram;Museus imaginários

Abstract:

This article addresses the visual content shared on Instagram about the National Museum of Rio de Janeiro afterthe fire that destroyed almost the entire collection on September 2, 2018. Through the analysis of hashtag#museunacionalvive (“the National Museum is alive”), and focusing the search on the first year after the tragicepisode, we discuss how this archive without a museum (Foster, 1996) can be seen as a diffuse memorialcreated by collective memories shared online. In addition, we also present some propositions about the processof remediation of a file that no longer exists after the material loss of most of its 20 million items from the set of ghostly images that exist as a trace. We also argue that this involuntary memorial that appears spontaneouslywith the sharing of personal images from archives or other categories also exists as compensation for the lack of public programs that deal with the memory and preservation of heritage in Brazil. In this sense, we analyse avariety of these images and possible categorizations of this imaginary memorialistic museum shared by the public in the hashtag #museunacionalvive.

Keywords: 

National Museum of Rio de Janeiro; Museum National is Alive; Digital memorial; Instagram;Museum without walls

Resumo:

Este artículo aborda el contenido visual compartido en Instagram sobre el Museo Nacional de Río de Janeiroluego del incendio que destruyó casi toda la colección el 2 de septiembre de 2018. A través del análisis delhashtag #museunacionalvive (“el Museo Nacional está vivo”), y centrando la búsqueda en el primer año despuésdel trágico episodio, discutimos cómo este archivo sin museo (Foster, 1996) puede verse como un memorialdifuso creado por memorias colectivas compartidas online. Además, también presentamos algunas proposiciones sobre el proceso de remediación de un archivo que ya no existe tras la pérdida material de lamayoría de sus 20 millones de ítems del conjunto de imágenes fantasmales que existen como rastro. Tambiénargumentamos que este memorial involuntario que aparece espontáneamente con el intercambio de imágenes personales de archivos u otras categorías también existe como compensación por la falta de programas públicosque se ocupan de la memoria y la preservación del patrimonio en Brasil. En este sentido, analizamos unavariedad de estas imágenes y posibles categorizaciones de este imaginario museo conmemorativo compartido por el público en el hashtag #museunacionalvive.

Palabras clave:

Museo Nacional de Río de Janeiro; El Museo Nacional está Vivo; Memorial digital; Instagram;Museo sin paredes

Artigo: https://www.academia.edu/45057018/Memento_Mori_Museu_Nacional_e_o_arquivo_sem_museu

Beiguelman, G., & Lavigne, N. (2020). Memento mori: Museu Nacional e o arquivo sem museu. Contemporânea – Revista do PPGART/UFSM, 3(6), e4. doi:https://doi.org/10.5902/2595523363395