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Aesthetics of Memory / Estéticas da Memória, Artist Book / Livro de Artista, Books/ Livros


Date Added

dezembro 13, 2019


Project brief & details

Impulso historiográfico é um híbrido de trabalho artístico e ensaístico. Reescrevo, em forma de paráfrase, o artigo seminal de Hal Foster, “An Archival Impulse”, publicado em 2004 na revista October, editada pelo próprio Foster, com Rosalind Krauss e Benjamin Buchloh, entre outros, e publicada pela MIT Press.

Foster defende em seu artigo a emergência de uma arte arquivística, que contempla uma gama de artistas cuja produção se volta para informações históricas, muitas delas perdidas ou deslocadas, a fim de fazer com que estivessem fisicamente presentes. Esses artistas, segundo o autor, “não apenas recorrem a arquivos informais, mas os produzem” e, ao fazer isso, criam mundos próprios.

Do meu ponto de vista, aí reside a diferença entre artistas arquivistas e artistas historiadores. Apesar de compartilharem várias das estratégias dos artistas arquivistas, na categoria da organização sistêmica das informações, os artistas historiadores não estão tão preocupados com a criação das lógicas internas entre os dados, ou com a invenção de mundos baseados em arranjos simbólicos de objetos e textos. Seu mote é a demanda por uma forma de conhecimento do presente pelo acesso ao passado.

O Sul Global e o Impulso Historiográfico

Acredito que há um impulso historiográfico marcante na produção que vem do Sul Global, onde as lutas pela recuperação do direito à memória são uma questão central. Isso porque aí estão em jogo interdições caladas durante décadas nos porões das ditaduras, disputas de narrativas, memórias traumáticas e heranças da brutalidade do colonialismo. Sigo no meu texto exatamente a mesa estrutura de Foster, reproduzindo o padrão gráfico da revista October. Respeito, inclusive, o mesmo posicionamento das notas de rodapé e das imagens que aparecem em “An Archival Impulse”.

O raciocínio é feito em paralelo, com base em três artistas, tal qual ele o fez. No lugar de Thomas Hirschhorn, Tacita Dean e Sam Durant, tomo a liberdade de analisar Bruno Moreschi, Bianca Turner e Tiago Sant’ana. Hal Foster afirma que a arte arquivística era bem-vinda no contexto do início dos 2000, por tratar-se de “um momento em que tanto artística como politicamente, quase tudo valia e nada ficava”.

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